Programa de Governo


Seis eixos político-programáticos da Frente de Esquerda (PSOL, PCB e PSTU) para Londrina

            A Frente de Esquerda, formada pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), PCB (Partido Comunista Brasileiro) e PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), representa um esforço coletivo e extra eleitoral, da esquerda socialista de nossa cidade em apresentar um programa e alternativa políticos comum para Londrina. Tal programa tem por objetivo se posicionar enquanto alternativa viável e real ao petismo (aos 12 anos de gestão do PT), ao populismo (tanto o “velho”, quanto o “novo”), assim como às candidaturas e projetos dos partidos e grupos de direita para a cidade.
            A referida Frente tem como princípio político o combate ao “eleitoralismo”, enunciando que é somente pela via da participação popular e coletiva, possibilitada por meio de organizações e núcleos de base, tais como conselhos, associações de bairro, etc., que é possível se construir uma nova política para a cidade, uma alternativa verdadeiramente popular para Londrina. Nesse sentido, para a Frente de Esquerda, as eleições são um momento importante da vida política da cidade, não sendo, entretanto, o momento único. A cidadania e a participação política popular têm de ser construídos cotidianamente, portanto, tem de ser pensados para muito além dos períodos de pleito eleitoral.
            Para a Frente de Esquerda, os graves problemas candentes enfrentados pela população londrinense em áreas tais como saúde, educação, transporte, meio ambiente, segurança, corrupção na administração pública, etc., se entrecruzam e relacionam-se mutuamente. Desse modo, propõe-se um projeto político que seja capaz de uma compreensão da cidade de Londrina (e suas mazelas) enquanto totalidade, a fim de enunciar uma proposta politicamente viável e qualitativamente diversa para Londrina, a partir do prisma da participação político-popular. Assim, a Frente de Esquerda propõe no seu Programa de governo 6 eixos básicos:

1.      Saúde: A questão da saúde é aqui entendida e abordada de forma ampla. Faz-se necessário compreender porque as pessoas adoecem, quais são as causas sociais da doença, que se relacionam às condições de trabalho, educação, moradia, saneamento, etc., em suma, deve-se pensar a questão da saúde, em nossa cidade, de forma holística, enquanto totalidade. Para a Frente de Esquerda, é somente por meio de um modelo de saúde municipal público e gratuito, descentralizado e que dê enfoque no atendimento primário (básico) à população, que conte com formas efetivas de controle e participação popular (a exemplo dos conselhos municipais da saúde), que se pode propor uma alternativa real e qualitativamente diversa ao atual modelo/concepção de gestão da saúde, intrinsecamente ineficiente e corrupto.

2.       Educação: De modo semelhante ao que tem ocorrido na área da saúde, na educação, o londrinense têm presenciado, recentemente, escândalos de corrupção, derivados de alianças espúrias entre agentes do setor público e a iniciativa privada. A Frente de Esquerda, de forma consequente com seu programa, reivindica um projeto público para a educação, com a valorização (e não precarização) dos estabelecimentos municipais de ensino, rechaçando por completo as terceirizações de serviços públicos ligados a tais estabelecimentos, assim como a contratação de pessoal terceirizado.

3.      Transporte: A pauta do transporte público/coletivo insere-se numa discussão mais ampla acerca da mobilidade urbana e do direito dos londrinenses à cidade (ao lazer, cultura, estudo, trabalho, etc.). Nesse sentido, a Frente de Esquerda reivindica uma concepção de mobilidade urbana voltada, preferencialmente, para o transporte coletivo e público. Defendemos a reivindicação do “passe livre” para os estudantes, entendendo-a como parte de uma reivindicação mais ampla da juventude londrinense pelo direito à cidade. Pautamos também a defesa da municipalização do transporte coletivo (que recebe subsídios públicos), no intuito de prestar um serviço mais acessível e de melhor qualidade à população, em suma, pela defesa de um modelo de transporte coletivo verdadeiramente público, e não controlado pela iniciativa privada.

4.      Meio ambiente: A pauta ambiental, no referido programa, também se insere dentro da questão mais ampla, referente ao direito do londrinense à cidade. A preservação dos bosques, lagos e praças públicas e sua não-transferência para a iniciativa privada, é um ponto cardeal do programa. Diz respeito à manutenção dos locais públicos de recreação e convivência dos londrinenses e, na verdade, aponta para questões correlatas, referentes à manutenção da memória, patrimônio histórico e cultural da cidade.

5.      Cultura: A cultura não é aqui entendida enquanto atividade lúdica e intelectual, exercida por uma parcela restrita de “grupos culturais”. Londrina ostenta uma certa áurea de “cidade cultural”, não-correspondente com a realidade da população, ao contar com festivais artísticos concentrados em alguns poucos espaços restritos ao centro da cidade, e com a cobrança de ingressos (é o caso do FILO/Festival Internacional de Londrina). Embora considerados insuficientes, os espaços hoje disponíveis, tais como teatros, casas de cultura e vilas culturais, devem ser mantidos. A Frente de Esquerda aponta para uma concepção muito mais ampla de cultura para a cidade de Londrina, que proporcione visibilidade aos movimentos artísticos, coletivos, etc., que, atuando nos bairros periféricos, façam da arte pública (a exemplo do “teatro de rua”), o mote de sua atividade. Uma concepção diferenciada do “cultural”, onde o cidadão não seja entendido enquanto mero “consumidor” de cultura, mas enquanto agente cultural, portador de cultura e do direito à cidade.

6.      Administração pública: Londrina é nacionalmente conhecida por escândalos de corrupção em gestões passadas e, recentemente, passa por processo similar na atual gestão. Os partidos que compõem esta frente, o PSOL, PCB e PSTU, defendem o financiamento público exclusivo das campanhas e por isso não aceitam dinheiro de grandes empresas, mantendo no plano municipal a mesma coerência mantida nacionalmente. De forma coerente, os partidos que compõem essa frente, partilham concepções políticas, ideológicas e programáticas, comprometidas com as lutas e anseios das classes populares e a construção de uma cidade mais justa e solidária.   
                                                                                                                            

Programa de Governo da Frente de Esquerda de Londrina para as Eleições 2012

A Frente de Esquerda, formada pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), PCB (Partido Comunista Brasileiro) e PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), representa um esforço coletivo e extra eleitoral, da esquerda socialista de nossa cidade, em apresentar um programa e alternativa políticos comum para Londrina. Tal programa tem por objetivo se posicionar enquanto alternativa viável e real ao petismo (aos 12 anos de gestão do PT), ao populismo (tanto o “velho”, quanto o “novo”), assim como às candidaturas e projetos dos partidos e grupos de direita para a cidade.
A referida Frente tem como princípio político o combate ao “eleitoralismo”, enunciando que é somente pela via da participação popular e coletiva, possibilitada por meio de organizações e núcleos de base, tais como conselhos, associações de bairro, etc., que é possível se construir uma nova política para a cidade, uma alternativa verdadeiramente popular para Londrina. Nesse sentido, para a Frente de Esquerda, as eleições são um momento importante da vida política da cidade, não sendo, entretanto, o momento único. A cidadania e a participação política popular têm de ser construídos cotidianamente, portanto, tem de ser pensados para muito além dos períodos de pleito eleitoral.
Para a Frente de Esquerda, os graves problemas candentes enfrentados pela população londrinense em áreas tais como saúde, educação, transporte, meio ambiente, segurança, corrupção na administração pública, etc., se entrecruzam e relacionam-se mutuamente. Desse modo, propõe-se um projeto político que seja capaz de uma compreensão da cidade de Londrina (e suas mazelas) enquanto totalidade, a fim de enunciar uma proposta politicamente viável e qualitativamente diversa para Londrina, a partir do prisma da participação político-popular.
A centralidade da Cultura num programa Socialista e de Esquerda
Para a Frente de Esquerda (PSOL, PCB, PSTU), a cultura não é entendida enquanto uma atividade lúdica e intelectual, exercida por uma parcela restrita de “grupos culturais” específicos. Embora seja essa a definição hegemônica de “cultura”, geralmente veiculada e transmitida, entendemos a cultura como algo muito mais vital e abrangente. Antes de qualquer coisa, é necessário romper com a visão de que a cultura se identifica com uma concepção de “bem-estar” ligada às “belas artes”, à “alta cultura”, e coisas do gênero. Tal definição de cultura está relacionada a uma concepção arquetípica burguesa, não correspondente com a realidade da vida cotidiana dos trabalhadores, trabalhadoras e das classes populares, comportando no seu âmago, pressupostos claramente elitistas.
Em geral, tal concepção se foca no “produto” cultural, fruto da criação de uma demanda artificial e específica de mercado, onde valores como a pluralidade, a diversidade e a democratização cultural, passam ao largo. Para a Frente de Esquerda, a cultura não pode ser entendida enquanto uma mercadoria, mas antes, como um direito social, como parte de uma política mais ampla que possibilite a todos os cidadãos (e não apenas a uma elite privilegiada), o direito à cidade. Nessa perspectiva, o direito à cultura não constitui um direito “menor”, ou algo secundário, relegado a um segundo plano. Assim como o direito à educação pública de qualidade, saúde pública de qualidade, moradia, transporte público urbano, meio ambiente, entre outros, o direito à cultura, equivale ao direito à cidade!
Cabe então resgatarmos o significado etimológico do termo “cultura”, que significa “cultivo da terra”. Nessa versão originária, cultura significa “cultivo”, ou seja, um cuidado que é ativo, de algo que cresce de forma natural; portanto, o termo sugere uma dialética entre o artificial e o natural, entre o que fazemos no mundo e o que o mundo faz em nós. Em suma, implica o reconhecimento da existência de uma natureza ou matéria-prima além de nós, mas ao mesmo tempo, implica reconhecer também que tal matéria-prima, exterior a nós, necessita ser elaborada de forma humanamente significativa. Assim sendo, a cultura não deve ser concebida enquanto algo mágico, distante, inebriante ou fantasioso, mas antes, pelo contrário, deve ser concebida como parte do nosso trabalho, da nossa vivência, do nosso dia-a-dia.
Não sendo a cultura um mero adorno ou “detalhe”, mas uma dimensão inextrincável da nossa vivência social e política cotidianas, cabe então apresentar os desdobramentos dessa forma de encarar a cultura, a partir das nossas vidas em nossa cidade.

É fato que Londrina ostenta uma certa “áurea” de cidade cultural, não correspondente com a realidade da população, ao contar com festivais artísticos concentrados em alguns poucos espaços restritos ao centro da cidade, e com a cobrança de entradas (esse é o caso do FILO – Festival Internacional de Londrina). Embora considerados insuficientes, os espaços hoje disponíveis, tais como teatros, casas de cultura e vilas culturais, serão mantidos e preservados. Consideramos que a política pública cultural na cidade de Londrina é praticamente inexistente e, em larga medida, baseada em voluntarismos. Na contramão do que está posto, a Frente de Esquerda defende o entendimento da questão cultural a partir de uma política pública ampla, estruturada e abrangente.
Consideramos de fundamental importância o resgate, manutenção e preservação do patrimônio cultural existente e do patrimônio identitário de Londrina. Todavia, também se faz necessário desconstruir o estereótipo de “pequena Londres”; de uma cidade com ares aristocráticos, planejada por ingleses, e resgatar a memória dos trabalhadores que aqui se estabeleceram e ergueram a cidade. Também se faz importante uma maior dedicação e atenção às bibliotecas municipais, em especial, à conservação, manutenção e ampliação de seus acervos, bem como à necessidade de ampliar a utilização destes espaços pela população.
Um ponto nevrálgico do plano de cultura da Frente de Esquerda, diz respeito à defesa e promoção dos centros populares de cultura e casas de cultura. A perspectiva dos centros populares ou casas de cultura está centrada na concepção de que o povo é quem cria e produz cultura, de forma gratuita e articulada com demais áreas e políticas de interesse social, a exemplo da educação. Acreditamos que a concepção reinante na política pública voltada para a cultura é equívoca, uma vez que centra esforços no financiamento de “produtores individuais”, e não em coletivos organizados, a exemplo do PROMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura. Defendemos uma concepção de política pública que privilegie o processo cultural e não um “produto” cultural restrito, restritivo e ensimesmado.
Nessa linha, defendemos a manutenção das vilas culturais em nossa cidade, embora tenhamos a compreensão de que as mesmas não devem estar restritas à área central de Londrina, como atualmente ocorre. Se o direito à cultura deve ser entendido enquanto um direito fundamental, um direito à cidade, então não é concebível que as políticas públicas culturais privilegiem somente a região central, ou qualquer outra região da cidade em separado. As políticas públicas culturais devem estar articuladas com as demais políticas públicas, e necessitam ser pensadas e planejadas de forma descentralizada, capaz de chegar onde as pessoas moram, vivem, estudam e trabalham. É preciso romper com a ideia comumente aceita de que a cultura é algo que se “consome” nos finais de semana, e compreender a cultura como o dia-a-dia da cidade, o direito aos espaços e ambientes públicos, o direito à convivência social, algo constantemente elaborado e reelaborado pelas pessoas. Em suma, a cultura como a vida ativa e criativa da cidade, capaz de criar o belo, o inusitado e o novo! 
Apoiaremos as iniciativas artísticas dos grupos e coletivos de nossa cidade organizados em torno de uma concepção verdadeiramente pública de arte e cultura, a exemplo das iniciativas do teatro de rua, e congêneres. E, por isso mesmo, repudiamos de forma veemente o lamentável movimento que têm ocorrido em vários centros urbanos, de agressões e prisões de artistas de rua, encampados pelo aparato estatal; em suma, a criminalização dos artistas de rua. A Frente de Esquerda aponta para uma concepção ampla de cultura para a cidade de Londrina, capaz de proporcionar visibilidade aos movimentos artísticos, coletivos, entre outros, que atuando não somente na região central, mas também nos bairros periféricos e mais afastados do centro, façam da arte pública o mote de sua atividade. Uma concepção diferenciada do “cultural”, onde o cidadão não seja entendido enquanto mero “consumidor” de cultura, mas sim enquanto sujeito ativo, portador ele próprio de cultura, e do direito à cidade!
Transversalidade de Gênero
Quando falamos de serviços públicos e equipamentos públicos, temos que afirmar que as tarefas domésticas não podem ser das mulheres nem das famílias. As políticas estatais tem responsabilidade com as tarefas reprodutivas, temos que defender que a maternidade tenha uma responsabilidade social, e não uma tarefa simplesmente das mulheres e das famílias.
A pauta feminista deve ter centralidade no programa de governo da frente de esquerda, sendo assim merece destaque as reivindicações das mulheres trabalhadoras em todos os setores, ou seja, o programa feminista da frente deve ser transversal (na educação, saúde, trabalho, assistência social e segurança pública). A mulher possui historicamente o papel de cuidadora dos filhos e da família e em tempos de crise é a que mais sofre com o corte nos salários e nos direitos sociais como acesso à saúde, assistência social e educação, pois é justamente aí que os cortes do governo são mais evidentes. Sendo assim, é prioridade do programa de governo a garantia ampla de acesso às creches (centros municipais de educação infantil), a sua estatização, e a melhoria da saúde da mulher na perspectiva da saúde integral, ou seja, a assistência a toda a vida da mulher, desde a adolescência até a juventude. A mulher deve ser considerada na sua integralidade, mesmo quando não quer ser mãe, ou quando ela é homossexual (lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros). As políticas de assistência social não podem ser paternalistas e esporádicas. Devem ser garantidas às mulheres condições de trabalho dignas e não serão estimuladas a vinda de empresas que explorem a trabalhadora.
Manutenção da Secretaria de Mulheres e tornar imediatamente o Conselho Municipal da Mulher deliberativo;
Autonomia Financeira
A precarização do trabalho da mulher se dá na privatização, a onda neoliberal nos setores da saúde, educação, trabalho atinge diretamente a mulher justamente pela flexibilização das relações de trabalho e dos direitos sociais. As mulheres empregadas nos serviços como telemarketing que cresceram mais de 200% levam a um maior sofrimento mental, e não devem ser encarados como interessantes para o enfrentamento ao desemprego.
94,52% das domésticas são mulheres. Dilma em seu discurso essa semana enalteceu o fato das mulheres terem mais autonomia portando o bolsa família. Em Londrina a busca pelos CRAS por mulheres demonstra que 78% destas mulheres são chefes de família, o que nos demonstra que o empobrecimento está mais presente entre as mulheres.
As mulheres negras possuem mais disparidade com relação aos seus salários;
A autonomia das mulheres é a garantia plena do acesso das mulheres aos equipamentos sociais;
As mulheres devem ter a garantia de escolha do trabalho e do curso que irá desenvolver, não nos deve sobrar atividades de cuidado;
A economia solidária não pode reforçar práticas que tragam a precarização e o continuísmo do papel de cuidadora da mulher;
BANDEIRAS DOS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS PARA AS ELEIÇÕES DE 2012
Saúde, Segurança e Educação estão entre as principais demandas da classe trabalhadora, principalmente na época das eleições. Assim, especificamente para a saúde, os programas de governo dos partidos burgueses demonstram um teor altamente populista e paternalista, principalmente quando nos referimos à saúde da mulher, mesclado obviamente à propostas privatizantes, tratando a saúde como mercadoria.
Tanto o governo federal (PT) quando o governo estadual (PSDB) tem propagandeado a preocupação em fortalecer programas que dêem conta da mulher no pré natal e puerpério, já que estes dois entes ainda apresentam o coeficiente de mortalidade materna muito acima do aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é menos de 20 mortes entre 100.000 nascidos vivos.  Porém, se nos apropriarmos do  “REDE CEGONHA” e do “MÃE PARANAENSE” veremos que estes programas ainda são muitos focados em épocas muito específicas da mulher, não correspondendo de fato às necessidades da sexualidade desta população.
Ou seja, desconhecem por completo a sexualidade da adolescente, da mulher que não quer engravidar e precisa de orientações de métodos contraceptivos, da mulher no climatério, da idosa que tem necessidades muito específicas, das homossexuais, das mulheres que vivenciam o aborto.
Mesmo a mais simples orientação de métodos contraceptivos e de planejamento familiar ainda são ineficazes, faltam profissionais habilitados, e a distribuição de métodos ainda não é regular nas unidades de saúde.
Parece óbvia a utilização de métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada, mas não é tão óbvio quando vemos que a esterilização e o aborto se tornam opções para o controle de natalidade. Sim! Estas são as contradições de um sistema de saúde que reivindicamos (SUS), 60% das mulheres que foram histerictomizadas (fizeram laqueadura) desconheciam outros métodos contraceptivos que não fossem mutiladores e solitários e só tiveram a informação da laqueadura enquanto método para não engravidarem. O aborto embora seja proibido no Brasil e o Estado Brasileiro apareça como omisso na proposição de políticas públicas para este grave problema de saúde pública, abre as portas para a ocorrência de clínicas clandestinas, já que 20% das gestações não planejadas incorrem em abortos inseguros em locais insalubres, colocando em risco a vida da mulher. Propositadamente vão se tornando com o aval do ESTADO em método de controle de natalidade, “proíbo, não enfrento seriamente, escondo para baixo do tapete, finjo que não existe e se torna eficaz para o controle de natalidade”.
Para enfrentarmos a mortalidade materna para mortes não evitáveis, temos que ter a clareza que a segunda maior causa desta mortalidade é oriunda de abortos inseguros, e isso não é sequer mencionado nestes programas focalizados na mulher gestante e recém nascido. A Frente de Esquerda tem que priorizar este debate, quem organiza a rede de atenção à saúde da mulher são também as prefeituras: as maternidades que realizam os partos, a organização da demanda de pré natais e puerpérios, a assistência ao abortamento legal e à humanização do abortamento provocado.
Londrina sempre foi reconhecida pela boa assistência ao parto, puerpério e pré natal. Cerca de 87,1% das mulheres grávidas faz de 6 a 7 consultas pré natal. Mesmo assim, Londrina mantém um alto coeficiente de mortalidade materna (52 por 100.000 nascidos vivos); No discurso da Dilma esta semana há apresentação da meta de diminuição da mortalidade materna, porém não é abordado o fato de que a segunda causa de morte materna é o aborto, o plano municipal da mulher também não aborda esta causa. Não adianta apenas investir na mulher gestante-puérpera, mas sim aquela que aborta para diminuir a mortalidade.
O plano também não aborda a baixa cobertura de exame de citologia oncótica, apenas 19% das mulheres londrinenses fazem preventivo anualmente. Há necessidade de melhorar a cobertura por meio de campanhas realizadas em período noturno e finais de semana, pois as mulheres que menos fazem preventivo são as trabalhadoras, por incrível que pareça, já que estas são impedidas de faltar ao trabalho para se cuidar.
Inclusão na grade curricular dos cursos nas áreas da saúde para a inclusão do recorte de gênero, etnia e orientação sexual. Isto passa sobretudo pelo fim da reforma universitária, por universidades públicas e pela inclusão do debate da reforma sanitária e criação do SUS- Sistema Único de Saúde ;
 Programa de saúde da mulher que dê conta da integralidade e equidade das mulheres (negras, jovens, lésbicas, bissexuais, transexuais, idosas, e com necessidades especiais). Pela equidade e maior atenção às usuárias de saúde negras que sofrem com doenças como diabetes mellitus, hipertensão artérias, doenças sexualmente transmissíveis, hiv/aids e doenças falciformes. Pelo maior acesso aos medicamentos para o tratamento da anemia falciforme. Superando a visão biologicista e ampliando para a visão de determinantes sociais a que são submetidas as mulheres negras;
 Orientação para que as mulheres tenham liberdade de escolha e condições dignas, para realização do parto seja ele natural, cesariana, etc. Desta forma a mulher terá direito à escolha do profissional que irá atendê-la durante todo o pré-natal e parto;
 Pelo direito à maternidade. Toda mulher que optar por ter filhos, que tenha direito a saúde pública e de boa qualidade para ela e seu filho após o nascimento;
Não à fundação estatual na maternidade municipal de Londrina;
Pela ampliação das casas de parto promovendo maior humanização às mulheres durante o parto;
Pelo fim da esterilização forçada, induzida ou sob coação por interferências governamentais. A mulher deverá ter acesso a outros métodos contraceptivos antes de optar por um método definitivo como a laqueadura;
 Incorporação dos tratamentos alternativos (não medicamentosos) na rede estadual de saúde. Isto passa pela inclusão do saber popular nas redes básicas de saúde, como por exemplo a participação das religiões afrodescendentes nas comunidades;
 Educação não sexista e não homofóbica para decidir sobre o seu corpo, a educação deverá transpor o âmbito individual e heterossexual do planejamento familiar para compor uma construção de direitos sexuais e reprodutivos;
 Acesso a contraceptivos de emergência. Os mesmos deverão ser de fácil acesso nas unidades saúde da família, propiciando maior descentraliação.
 Pela descriminalização e legalização plena do aborto;
 Ampliação do atendimento nos hospitais dos casos de interrupção da gravidez, com atendimento humanizado às mulheres em estado de abortamento. Fazer valer o já existente Manual de Humanização no Abortamento;
 Acompanhamento psicológico e social a todas as mulheres que optarem pela interrupção voluntária e involuntária da gravidez;
Necessitamos de rapidez na contracepção de emergência e disponível em todas as unidades básicas com equipe capacitada para acolher as mulheres;
Pelo fim da CPMI do aborto que criminaliza as mulheres e profissionais de saúde, que fere a ética do sigilo dos prontuários das usuárias;
Pela integralidade do III PNDH com relação ao tema da legalização e descriminalização do aborto;
 Pelo fim da invisibilidade da mulher lésbica. Por contraceptivo adequado as mulheres homossexuais;
 Direito a adoção de crianças por mulheres lésbicas;
Acessibilidade à intervenção cirúrgica relativas à identidade de gênero, para mulheres transexuais, bem como tratamentos e acompanhamentos especializados, inclusive jurídicos;
 Pela livre manifestação afetivo-sexual das mulheres não heterossexuais. Garantia, respeito, valorização e visibilidade da orientação afetivo-sexual.
Pelo fim das terceirizações dos profissionais de saúde e das OS e Fundações de Direito Privado na Gestão do SUS! Por uma saúde pública e de qualidade!
Violência e Mulher
É consenso que a violência física e psicológica acontece dentro da família, perpetrado por homens (esposos e namorados). Porém, a violência também pode ser estrutural, imposta quando não temos acesso à saúde de qualidade, educação, de ser mãe ou não ser mãe, por exemplo. A violência é geradora de sofrimento e de doenças, e já é reconhecido como problema de saúde pública. Por isso defendemos:
Ampliação em número adequado da casa abrigo, hoje há somente 10 vagas, precisamos de reforma urgente na já existente em Londrina, com orientação e formação profissional e infraestrutura necessária para abrigar e assistir as mulheres e os filhos em situação de violência, tornando tais espaços efetivamente acolhedores, de forma a repercutir no encorajamento das mulheres para enfrentar tal situação; Os adolescentes acima de 12 anos não são acolhidos, isso inviabiliza o abrigamento de várias mulheres em situação de violência. O serviço deve ser rotativo;
Reposição do quadro mínimo de servidores como coloca os termos de referência da Lei Maria da Penha para Centros de Referência da Mulher; Em Londrina, graças à redução de profissionais houve também diminuição do número de atendimentos;
Denúncia, punição e acompanhamento adequada quando necessário aos agressores de mulheres; Acompanhamento especializado de abusadores;
Ampliação, estruturação e qualificação profissional dos serviços prestados pelas DDMs (abrirem às 24 horas em todos os dias);
Capacitação para todas e todos os profissionais envolvidos nos serviços públicos passíveis de identificação das mulheres em situação de violência, como, professoras, atendentes, servidoras da saúde e das policiais;
Inclusão de um módulo sobre gênero, etnia e orientação sexual na prevenção e no combate à violência sexista na formação das polícias do estado;
Melhorar a iluminação pública, bem como o cuidado com os terrenos baldios; (combatendo a especulação imobiliária);
Prioridade às mulheres em situação de violência em todos os serviços públicos do estado (escola, “creche”, saúde, programas habitacionais, documentação, crédito, etc.).
As mulheres vitimadas não tem acesso à defensoria pública, os agressores têm acesso ainda que minimamente aos advogados “ da ativa”;
Não queremos mais policias nas ruas, queremos melhor iluminação pública, e ocupação dos espaços vazios com moradia e função social;
Garantia de intérprete de surdos nas delegacias de mulheres;
LGBTTT por Melissa da Elity Trans
O grupo Elity Trans se formou através de vários trabalhos com uma população recriminada pela sociedade. Nós começamos com este trabalho, com o GHL, através da ALIA (Associação Londrinense de Saúde Mental), que foi o primeiro grupo de homossexuais londrinenses, o único problema é que ninguém queria fazer parte de um grupo de homossexuais. A sociedade evita aquilo que ela não entende, o que ela acredita ser agressivo, então, terminamos com o grupo GHL
Quando nos começamos a se expressar, e o modo de se vestir é um modo de expressão, então nós temos a nossa forma de se expressar, e a sexualidade é muito ampla, ela ultrapassa os limites dependendo do momento, das circunstancias. Obviamente a heterossexualidade é mais trabalhada na sociedade, como a igreja. Quando cada um começa  a se expressar, cada sexualidade mostra suas exigências e suas sexualidades.
Ela gosta de se vestir como mulher, põe uma peruca e já virou uma mulher, e não é, você precisa assumir uma identidade, ter uma história e existem vários tipos de transformações, depende do tipo de bagagem que a pessoa traz para essa transformação. Nós trabalhamos muito com a questão da saúde e da transmissão de doenças, acompanhando as transformações e várias pessoas. O que acontece na sociedade é que a sociedade não sabe o que fazer com a gente, quando começamos a nos expressar, ela não tenta nos entender.
É uma vida muito difícil, pois logo no inicio você já entra em conflito com a família, com sua vida, passa a ter problemas na escola, temos problemas. Quando começamos a nos expressar, a escola não sabe o que fazer conosco. Na década de 80 quando eu era aluna, eu não consegui estudar, a escola não sabe o que fazer, se coloca um terceiro banheiro, como nos tratar e fazer as brincadeiras. Acaba existindo um prazer para as pessoas tirarem sarro.
Vem uma sensação de roubo da nossa vida, já que os amigos estão fazendo faculdade e com festas, e estamos aqui parados na esquina, como estamos sendo roubados.
Eu tive a chance de viajar para fora e conhecer outras culturas. Com muita violência que nós sofremos.
Quando eu voltei ao Brasil, vi muitas amigas no crack, pessoas lindas que estão perdidas na vida, que se jogaram do palácio do comércio. Falamos com o secretário de segurança e ele disse que era estatística.
Nós também pagamos impostos, também votamos e também temos direitos. É algo complicado trabalhar com esse tipo de público, antes eles só apareciam em questões policiasie e de violência, a difucldade é parar e tentar entender algo que você não vive, elas estão lá prostituindo porque é compensável, porque é o único modo encontrado. Elas estão ali nas ruas porque querem se sentir mulher, nas ruas elas recebem elogios, tem a chance de ser mulher. O importante é ser mulher, não temos as chances por vezes ser um professor, ter alguma utilidade. A sociedade ela só quer o que você pode ter de bom. Tem hora que você só tem seu corpo para oferecer, e vai chegar um momento que elas envelhecem e acabam no álcool e nas drogas.
Eu tive que viajar para o outro lado do mundo para entender isso. Hoje em dia trabalhamosmuito com a família, pois muitos gostam de desde que não seja na sua família. A bancada evangélica tenta colocar homossexual como homossexualismo de novo. Em virar patologia de novo. Acaba existindo um destino traçado, o conflito interno, com a família, depois com a educação e o destino traçado é o da prostituição.
Em 2008 se estabeleceu uma máfia de prostituição em londrina, porque elas deviam várias prótese, silicones, e que todos deviam.  As várias mortes de 2008 foi por dívidas. Quando houve uma organização e respostas, essa máfia saiu de londrina. Nós estamos aqui e aberto para estar expressando, e por isso criamos o Elity trans, uma organização fechada e que tem avaliações para quem irá se filiar.
No meio de tanta pressão e medo, pois o medo é de pegar ônibus, cruzar o calçadão, é raro sair durante o dia. Normalmente dormem 6 da manha e acordam 6 da tarde. Há muita especificidade, em quem é trans, homossexual. Precisamos falar, entender, passar e ensinar alguma coisa. Sempre podemos estar aprendendo cada vez mais com a diferença, com os grupos com as pessoas e cada pessoa que conhecemos é uma riqueza a mais, cada amigo é um tesouro que a gente ganha.
Nós queremos voltar para as escolas, nós queremos estudar e ter outro trabalho, não queremos ser apenas profissionais do sexo.
Assim lutaremos para:
- Criar uma lei municipal que transversalize as temáticas LGBTTT nas políticas publicas: da saúde, assistência social, educação, e nos serviços de proteção especial voltados aos ciclos de desenvolvimento da vida: adolescentes, jovens, adultos e idosos, promovendo uma sociedade livre e diversa na cidade de Londrina;
- Estimular a criação de um Conselho Municipal de Políticas Publicas a população LGBTTT para reflexão e a elaboração de propostas das políticas municipal e a implementação do Plano Municipal de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgeneros;
- Lutar por acesso integral à saúde e educação!
 Lutar por uma Saúde 100% Pública e de Qualidade com ampla participação popular!
Lutaremos por uma saúde pública de qualidade sem privatização e terceirização (OS, fundações e OSCIPS), os investimentos em saúde serão verdadeiramente aplicados na saúde pública, hoje a atual gestão mente ao dizer que está investindo mais em saúde, sendo que na verdade o tempo todo escoa verba pública no setor privado. Investiremos na atenção primária em saúde por meio da Estratégia Saúde da Família, quanto mais aplicarmos dinheiro na prevenção e promoção menos doentes nas filas dos pronto socorros.
- Importante demarcar que o debate da Saúde não está envolvido apenas com os problemas de gestão, mas está diretamente ligado à falta de recursos, que é dever do Estado. Se fosse apenas uma questão de gestão, a Saúde não estaria nesse estado de calamidade, pois temos muitos profissionais muito bem qualificados para serem gestores.
- Fica muito claro nestas eleições que todos os outros partidos estão querendo reinventar a roda, não há solução mágica para os problemas que a saúde de Londrina enfrenta, há sim o comprometimento com as políticas do Ministério da Saúde, reivindicados pelos movimentos sociais e pelos sanitaristas há anos. Temos que ter coragem e colocar este debate precisamos de recursos para aplicar as políticas que já existem e que já dão certo em outros locais;
- Muito importante que o nosso debate da Saúde venha no viés da prevenção e não se focar no viés curativista.
- Precisamos fazer a defesa do SUS, resgatando seu histórico e seus princípios, e não como está hoje, retrocedendo e dando abertura para privatização e precarização do trabalho.
- Devemos ser contra a terceirização da saúde e desconstruir o discurso dos 24% investidos na Saúde em Londrina, pois essa verba não é investida no 100 % público, um exemplo disso são os laboratórios terceirizados, há um escoamento da verba pública para o privado.
- A cada R$450,00 investidos na Saúde Pública, mas de mil reais são investidos na Saúde Privada.
- Nossa tarefa é sair desse seminário com uma linha política mais definida da Frente de Esquerda, pois um dos grandes temas dessas eleições será a Saúde, que é claro, não encaramos como tarefa apenas das eleições, mas do nosso programa pra cidade a longo prazo.
- Não devemos ter um discurso “promessômetro”, até porque ter mais médicos e mais postos de saúde simplesmente, não funciona. Vale a pena dar as bases para o confronto do populismo.
- Tem um debate que precisamos fazer com mais detalhes: esse debate da Saúde, em alguns estratos da classe trabalhadora, se encontra no viés da privatização, através dos sindicatos e o oferecimento dos Planos de Saúde, mas ainda há um debate importantíssimo, pois em muitos casos os Planos de Saúde não estão dando conta da demanda e muitos trabalhadores acabam retornando para o SUS.
- Outro discurso importante de se desconstruir está relacionado ao debate da concepção. Não há como apontar, por exemplo, que determinada pessoa foi atacada por tal vírus e que este foi a causa do seu falecimento ou adoecimento. Precisamos politizar esse debate porque o que estão em torno são inúmeros elementos da vida dessas pessoas, como moradia, condições de trabalho, entre outras situações da vida cotidiana.
- Importante termos apropriação de todo o projeto do SUS, principalmente que ele está focado em prevenção, promoção e recuperação. Pois nosso foco também não pode ser somente em prevenção, pois temos boa parte da população adoecida e não podemos fechar os olhos para essa situação.
- Devemos pautar que as nossas Unidades Básicas devem ser capazes de garantir o atendimento primário.
- Sobre os Conselhos Municipais: foram totalmente aparelhados.
- Combater a ideia dos mutirões.
- Importante colocar que em Londrina, o Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública, o Movimento Basta Londrina Sangra  e todas as pessoas e comunidades que se mobilizaram, fizeram o Barbosa recuar, mesmo que ainda tenha sido pouco. Mas ainda assim, ele se utilizou desse processo para crescer em cima das pautas do movimento, então, é preciso estar atento à cooptação das nossas reinvindicações e dos movimentos sociais.
- Sobre a participação popular em Londrina, ainda há uma parcela de participação crítica, que devemos resgatar e estimular, mas infelizmente a cooptação também é grande. Devemos reforçar a participação nos Conselhos e nos fóruns da saúde.
- Importante pontuar que o debate da Saúde é transversal, e está relacionada à questão ambiental, à saúde da mulher, também das lésbicas e travestis, por exemplo.
- Devemos questionar a grande propaganda que está sendo feita em cima das UPAs, que nem tem servidores contratados e nem estrutura o suficiente para atender a demanda da população.
- Uma das tarefas da Frente de Esquerda nesse debate é denunciar a situação precária da Saúde na cidade, aproveitando até mesmo dos tempos de TV e outros materiais para dar visibilidade a isso, podemos pensar em explorar imagens das UBSs e dos hospitais como um todo.
- O médico da PUC não vai ser o médico da população, a solução não é outra universidade privada. E outra questão é que já começam a vir médicos da Bolívia e de Cuba, por exemplo, para dar atendimento aqui na cidade. Há argumentos sobre o fato de eles terem menos horas práticas, mas onde fica o debate da internacionalidade na classe trabalhadora e suas condições de trabalho? Sem falar que em Cuba a Saúde tem melhores condições do que aqui.
- Assistência farmacêutica: está faltando insulina! Sem falar que não há profissionais suficientes para a distribuição dos medicamentos.
- Outro ponto importante é a Equipe Matricial, o fortalecimento dos NASF- Núcleos de Apoio à Saúde da Família como apoiadores da rede de serviços;
- 30 horas na jornada de trabalho.
Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador
- Em relação à saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras: temos casos absurdos de calamidade, desde a situação no campo como exposição a agrotóxicos sem proteção e os casos de envenenamento, até toda a situação na periferia da cidade.
- Em relação à falta de vigilância sanitária nas UBSs e nos hospitais públicos, isso hoje tem sido colocada de forma hipócrita, com o argumento de que não dá simplesmente para interditar o HU, por exemplo, porque a população precisa dele o tempo todo. Então, todos optam pelo menos pior.
- Não estimularemos a vinda de indústrias que são produtoras de sofrimento aos trabalhadores, ou mesmo de prestação de serviços;
- Estimularemos o trabalho em rede para o acolhimento da Saúde do Trabalhador;
- Estimularemos a notificação dos casos de acidentes de trabalho graves e leves nas instituições de saúde;
- Saúde Ambiental: pautar também a questão da qualidade do ar em Londrina (caso da Milênia, câncer de pulmão), investir no Vigiagua, Vigisolo, Vigiar.
Saúde da Mulher- Vide Transversalidade do Tema na “Transversalidade de Gênero”
- Na questão do aborto, não podemos recuar. Faremos esse debate mais a fundo no seminário de mulheres, mas é necessário garantir que o aborto seja colocado como uma questão de saúde pública e não pode ser criminalizado. Precisa ser legalizado e com todo o apoio necessário como dever do Estado.
SAÚDE e LUTA ANTIMANICOMIAL
A Frente de Esquerda formada pelos partidos socialistas PSOL , PCB e PSTU acreditam que a  construção de uma sociedade mais justa e igualitária não é possível sem que seus atores sejam protagonistas na construção das políticas públicas e na fiscalização das mesmas, donos de suas próprias vidas e emancipados para fazer suas próprias escolhas. A luta pelo socialismo é a luta contra todas as opressões, injustiças e barbáries cotidianas . O socialismo é indissoluvel da democracia e da liberdade, da mais ampla liberdade de expressão e organização da rejeição aos modelos existentes.
Entendemos que é preciso investir, políticas públicas sérias necessitam de investimento, os recursos dirigidos a  política sobre Álcool e Outras Drogas devem ser suficientes para atender a esta população de forma plena.
- Na saúde continuaremos na luta contra qualquer espécie de privatização da saúde, seja OS, Fundações e OSCIPS, lutaremos lado a lado com os trabalhadores da saúde e usuários pela saúde pública 100% pública e de qualidade;
- Prosseguiremos na luta antimanicomial, defendendo o maior número de CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) para acolhimento das pessoas em sofrimento mental em Londrina;
- Lutaremos para que Londrina volte a ser referência na Redução de Danos como forma de acolhimento aos usuários de álcool e outras drogas, fortalecendo o CAPS álcool e drogas;
- Lutar contra o preconceito contra os usuários de saúde mental e de drogas, não à criminalização dos usuários!
- Cabe também um destaque para a Terapia Comunitária. Há algum tempo, tínhamos essa política na cidade e houve como reflexo uma grande redução nas filas, principalmente dos idosos. E tem a questão da saúde mental também, que devemos debater no viés da redução de danos.
Vamos fortalecer os CAPS AD para usuários que querem ser acompanhados e a Política de Redução de Danos, não iremos violar os direitos humanos internando compulsoriamente!
Priorizar a contratação de redutores de danos na comunidade para apoiar os usuários de drogas;
Criar leitos psiquiátricos em hospital geral, fechando os manicômios da cidade!
- Fortalecer a rede e a comunidade com suporte às famílias para inserção e reinserção social das pessoas em sofrimento psicossocial, por meio de práticas de lazer, educação, prevenção e promoção, além de geração e renda.
- Fortalecer a Saúde da Família para dar suporte ao sofrimento mental, principalmente com relação aos casos leves, atuando na prevenção e promoção.
         Ambiente Urbano e Zona Rural
Priorizaremos a autonomia local;
Priorizaremos o transporte público, com passe livre para estudantes e desempregados, com conselho deliberativo dos trabalhadores;
Priorizaremos os pedestres e ciclistas, e não os carros, somos contra a construção de grandes obras como viadutos que separam as cidades, queremos a construção de ciclovias e ciclovias onde os trabalhadores trafegam mais;
Saneamento alternativo, construído de acordo com as necessidades da própria comunidade;
- Os recicladores ainda são precarizados, muitos ainda não tem acesso aos direitos trabalhistas e previdenciários, os trabalhadores trabalham sem condições de trabalho como os EPI.  São poucas as ong´s que possuem prensas, esteiras, carrinhos elétricos e carros em boas condições de uso;
- Criação dos comitês de bacias demográficas em todo o município, para que as pessoas vivam a cidade e o ambiente urbano e ajudem na sua preservação;
- Estimular o incentivo de merenda escolar com produtos livre de agrotóxicos,
- Incentivo aos produtores rurais e às feiras livres, Londrina tem 80% do seu território rural, porém sabemos que o município tem um dos menores PIB na área rural, porque as terras são concentradas nos latifundiários e na monocultura;
- O viveiro municipal deve ser refundado;
- A secretaria de agricultura está esvaziado, faltam recursos físicos como automóveis e maquinários, para por exemplo, asfaltar as estradas rurais, problema crônico que se arrasta há anos;
- Faltam escolas para as crianças na zona rural, crianças e adolescentes dependem de ônibus nem sempre presentes para se locomoverem até as escolas mais próximas. Há um fechamento maciço das escolas. As crianças dependem das condições climáticas para estudarem;
- Criar um centro de saúde ambiental e o centro de zoonoses, tão importante para a saúde ambiental, envolvendo um trabalho com carroceiros e os animais que trafegam pela cidade permitindo
- A Mata do Godoy é patrimônio natural, e uma das poucas áreas de mata nativa que Londrina ainda possui, não permitiremos nenhuma grande obra neste local, que serve somente para a burguesia industrial e latifundiários (exemplo do aeroporto de cargas);
- Estimular as cooperativas para organizar os trabalhadores rurais e a agricultura familiar;
- Descentralização administrativa na zona rural;
Segurança pública
Entendemos a violência como um processo complexo e o que nos deparamos é com a criminalização da periferia, principalmente da juventude negra e pobre;
A política de criminalização e de combate à drogas é onerosa e já se mostrou ineficaz, não basta mais repressão, com mais policiais nas ruas, ou guardas municipais;
Reafirmamos o nosso compromisso que já assumimos em outras campanhas de não armar a guarda municipal, esta vai ser estritamente patrimonial;
A segurança deve ser social, e tratada como tal, sem desigualdade de renda, e com políticas multisetoriais, para termos segurança não precisamos de segurança privada, precisamos de acesso à educação, trabalho, cultura, saúde.
Somos favoráveis à legalização das drogas, e à não criminalização dos usuários, 80% dos detentos são usuários de drogas, os verdadeiros traficantes estão na câmara de deputados e no senado e não na periferia.
Vamos fortalecer os CAPS AD para usuários que querem ser acompanhados e a Política de Redução de Danos, não iremos violar os direitos humanos internando compulsoriamente!
Priorizar a contratação de redutores de danos na comunidade para apoiar os usuários de drogas;
Assistência Social
A assistência social de Londrina ainda é terceirizada, delegada para inúmeras ongs e oscips, em nosso governo iremos continuar o processo de municipalização e de fortalecimento do SUAS.
A assistência social deve estar ligada a outras políticas, ou seja, deve ser transversal com as áreas de saúde, educação, cultura e segurança, iremos sentar com todos os secretários para trabalharmos setorialmente.
A política de seguridade social deve ser integrada com as da saúde pública.
O provopar não “terá cônjuges”, não será assistencialista e fará parte da rede da assistência social se for o caso, caso não seja congruente com o SUAS será extinto;
A participação popular e o controle social devem ser essenciais seja por meio do conselho, seja por meio dos movimentos sociais.
Notificação compulsória da violência de gênero, crianças, adolescentes e contra o idoso;
Políticas para as Mulheres
A política de assistência social não deve ser familista, mas levar em consideração as pessoas, as diferenças, principalmente com relação às mulheres.
Ampliar a casa abrigo de mulheres, as mulheres vitimizadas devem ter acesso na hora em que precisam, não podem ficar esperando como hoje acontece, e com isso perdemos a possibilidade de intervir precocemente.
Estimular a notificação compulsória da violência contra a mulher em todos os setores da prefeitura e demais órgãos.
Ampliar o acesso das mulheres a cursos na própria comunidade, fortalecendo a Casa
Transversalidade com a Economia Solidária
As políticas de geração de renda, como a economia solidária devem ser estimuladas trazendo a perspectiva emancipatória e nunca precarizada e essencialista. As donas de casa, os usuários de saúde mental, as pessoas com necessidades especiais, a população em situação de rua devem ser priorizadas pela economia solidária.
As políticas de distribuição de renda devem vir com possibilidades de emprego e renda.
População em Situação de Rua
Iremos fortalecer o consultório de rua, ampliando a equipe multiprofissional, capacitando a rede para dar conta deste público de forma mais integral e sem discriminação.
Fortaleceremos medidas que ressocializem a população em situação de rua, por meio de bolsas que estimulem a autonomia para estas pessoas; Exemplo, que consigam pagar aluguel, por exemplo.
Fortalecer o Sinal Verde, ampliando a capacidade de abordagens na rua;
Criança e Adolescente
Estimular a notificação obrigatória da violência contra a criança e adolescente nos diversos setores públicos;
Ampliar e fortalecer os Viva Vidas para dar suporte aos menores em risco de vulnerabilidade social;
Fortalecer os CRAS, estimulando o trabalho em rede;
Fortalecer os CREAS para dar suporte às pessoas vitimizadas, população em situação de rua e medidas socioeducativas;
Dar suporte para as casas abrigo em Londrina;
Projetos Socioeducativos no contraturno escolar em todas as regiões e bairros afastados da cidade para os alunos do ensino fundamental e médio, aliado com a educação em tempo integral até quinto ano (quarta série);
Os Conselhos Tutelares serão capacitados constantemente e deverão ser avaliados pela rede de serviços com periodicidade, seguindo estritamente o Estatuto da Criança e Adolescente.






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