terça-feira, 31 de agosto de 2010

Reportagem do Fábio Silveira do JL

Candidatos “nanicos” que querem ser grandes

29/08/2010 | 00:00

Fábio Silveira

De Londrina, três deles estão na disputa por cargos majoritários
Candidatos majoritários por partidos pequenos, com pouca ou nenhuma representação no Congresso Nacional – e por isso pouco tempo no horário eleitoral –, pouco dinheiro e fora do eixo político. Esse é o desafio enfrentado por três deles, de Londrina, que entraram na disputa por cargos majoritários: Amadeu Felipe, que disputa o governo pelo PCB, Flávia Romagnoli, candidata a vice-governadora pelo PV, e Valmor Venturini, candidato ao Senado na chapa do PSol. Em comum, eles vivem as limitações de fazer campanha por partidos pequenos – a expressão “nanico”, frequentemente usada para designar essas legendas, é rejeitada por eles.

Para Venturini, a prioridade não é marcar posição. “Estamos encarando como uma tarefa partidária de um setor do partido que defende que é importante disputar a eleição, desde que esteja conectada com a luta do dia a dia”, justifica. Na avaliação dele, o Paraná é dominado por uma “oligarquia rural e uma burguesia urbana que privilegiou Curitiba e a Região Metropolitana”, às custas do interior, que “empobreceu”. “Quando o Beto Richa (PSDB) e o Osmar Dias (PDT) falam que o Paraná tem cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), estão certos. Só não falam a causa disso”, completa.

“Consciente”

Amadeu Felipe também está num partido de esquerda. “O que acontece no Paraná com relação às candidaturas do interior no período pós-ditadura, com exceção do José Richa, foi que todas as outras se colocaram como candidaturas da burguesia paranaense, inclusive a do Alvaro Dias, que aparentava ser sequência do Richa, mas não foi”, dispara. Reforçando o viés de marcar posição, Felipe explica que sua candidatura pretende “mostrar o que o Paraná precisa”.

De acordo com Flávia Romagnoli, o partido optou por trazer um militante do interior para a vice porque o candidato do PV ao governo, Paulo Salamuni, foi vereador na capital. “O PV fez um trabalho consciente, a chapa foi montada sem coligação pensando matematicamente e a escolha da vice foi estratégica.” Segundo ela, além de Londrina, outras quatro cidades disputaram a vice. “Ficou com Londrina porque, entre várias questões, o fato de ser [uma vice] mulher e pelo fato de ser ‘a capital do interior’”. Na avaliação dela, além de marcar posição, o partido projeta eleger dois deputados federais e até quatro estaduais.


http://www.jornaldelondrina.com.br/online/conteudo.phtml?tl=1&id=1040739&tit=Candidatos-nanicos-que-querem-ser-grandes

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